Sandra Guerra apresentou tendências de governança em reunião do Nexo

“Se a atuação do conselho for uma dança, ela será um tango”
Sandra Guerra apresentou tendências de governança em reunião do Nexo.

 

O papel dos conselhos no direcionamento da inovação foi a pauta trazida por Sandra Guerra, co-fundadora do IBGC e ex-presidente do Conselho de Administração da entidade, aos convidados da reunião mensal do Nexo Governança Corporativa. O encontro foi na tarde de quinta-feira, dia 18 de agosto, quando Sandra apresentou tendências para conselhos e empresas e dialogou com os presentes a respeito dos desafios enfrentados no momento de aceleradas transformações sociais e digitais.

 

Segundo Sandra, conselhos orientam novos modelos de negócios. No entanto, quando se discute inovação tecnológica e transformação digital, os conselhos também observam fatores como segurança e privacidade, situações e riscos de crise de reputação, que deixam as empresas vulneráveis em tempos de policiamento social. “Vivemos o imperativo da inclusão, da entrada de grupos que estavam ausentes das empresas, especialmente ausentes das lideranças”, pontua Sandra.

 

Autora do bestseller “Caixa Preta da Governança”, Sandra abordou também na sua fala como o metaverso poderá impactar os negócios. “Quando transferimos as atividades para esse ambiente digital, abrem-se novas frentes e possibilidades. Temos expansão de fronteiras, experimentação de produtos e serviços de forma ampliada, oportunidades e desafios tanto para as empresas como para os conselhos, que devem se preparar para debater estratégias e riscos nesse universo novo e mutante”, avalia.

 

Novos drivers (direcionadores) de valor que hoje são transformadores: tecnologia em velocidade, humanos no centro e inovação em escala. Antes, ser sustentável era uma vantagem competitiva, e agora ser dinâmico é o que diferenciará as empresas e os indivíduos, de acordo com pesquisa da Ernst & Young de janeiro de 2020. “As condições únicas humanas, socioemocionais, farão a diferença”, analisa.

 

Os conselhos apontam para um novo olhar para o planejamento estratégico, com o exercício de cenarização como primeiro passo, considerando a disrupção. É a oportunidade para observar a redefinição do setor de atividade em que a empresa está e seus mercados, a partir de plataformas de criação de valor e uma ampla análise do ecossistema dos stakeholders.

 

O conselho traz o exterior para dentro das salas de reuniões, com novos modelos de reuniões, com conselheiros e executivos lapidando juntos novas ideias, com engajamento. “Se fosse uma dança, seria um tango, um jogo de forças, em que ninguém se agride, porém instiga e desafia, no sentido construtivo. A dinâmica que temos hoje favorece esse tipo de atuação?”, questiona. A atuação dos conselhos, de acordo com Sandra, precisará ser mais flexível, com mais interações, talvez mais curta duração, conselho apoiado por colegiados que não necessariamente os comitês. “Um certo nível de tensão entre conselho e gestão estimula a inovação e abertura para novas ideias. No entanto, excesso de tensão traz falta de confiança, executivos na defensiva, se fecham e contamina a relação. A solução é alimentar um ambiente favorável ao contraditório, com maturidade, gestão mais transparente, com discussões e questionamentos construtivos”, recomenda.


Curta e compartilhe:

Comenta aí, o que você achou desse conteúdo?

Confira também:

“Tenho paixão pela companhia”

8° Encontro de Empreendedorismo

A adoção de boas práticas de Governança para incentivo ao desenvolvimento de empresas familiares centenárias.