Os diretores do Nexo conversam com William Ling, presidente do Conselho da Évora S.A. e diretor do Instituto Ling. Segunda geração de uma trajetória empresarial de muito sucesso, Ling falou sobre governança e a importância do planejamento sucessório nas empresas familiares. “As empresas são sistemas darwinianos, regidos pela seleção natural. Empresas que não se adaptam, morrem. A sobrevivência não apenas privilegia aquele que melhor se adaptou, mas também a adaptação que permite sucessores. A natureza da vida é assim, das empresas também.”
Entre os negócios da Évora destaca-se a Fitesa, empresa mais internacionalizada do Brasil, com 95% das vendas fora do país e que sustenta um crescimento de 20% ao ano nos últimos cinco anos. Em 2020, cresceu 40%, com seu negócio produtor de não tecidos e matéria-prima para mantas, máscaras e material cirúrgico.
Nas dicas de livros, Ling indicou vários de sua biblioteca. A começar por “A Vingança da Geografia”, de Robert Kaplan, que fala da construção do mundo geopolítico a partir da perspectiva geográfica. A seguir, recomenda “Sobre a China”, de Henry Kissinger. “Temos que aprender mais sobre China, ela quer um papel hegemônico no mundo”, comenta William Ling.
O empresário também sugere “A História do Corpo Humano”, de Daniel E. Lieberman, que aborda a biologia evolucionista, porque somos assim, como surgiram as doenças. “Homem fez adaptações culturais, algumas deram certo, e outras não deram certo e criaram doenças, como diabetes, osteoporose, cárie...”, diz Ling.
Já sobre famílias empresárias, ele relaciona “Dinastia”, de David Landes, um livro que fala sobre ascensão e declínio de grandes famílias, aponta similaridades, peculiaridades, enfocando algumas famílias com organizações duradouras, outras menos. Por fim, sugere a leitura de “A Organização”, de Malu Gaspar, que conta a história da Odebrecht e o esquema de corrupção que marcou o Brasil. “Esse livro fala de processos sucessórios, dinâmica familiar, cultura da família e da empresa. Tratado de gestão formidável, mas se perderam no caminho, por ganância ou outros motivos”, avalia Ling.